Data/Hora
Sábado, 26 de Outubro de 2019
15.00 às 17.30
argila
LOCAL
Ar.Co – Centro de Arte e Com. Visual
Quinta de S. Miguel, Estrada Nacional 377, Casquilho
2805-061 - Almada
ORADORES
Virginia Fróis
Miguel Ferreira Mendes
Maria Ana Vasco Costa
Francisco Adão da Fonseca
A argila é uma matéria-prima universal. Composta por finos grãos de diferentes minerais, matéria orgânica e água, destaca-se pela sua plasticidade: quando seca transforma-se numa matéria firme, quando cozida, ganha propriedades cerâmicas.
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Conhecem-se mais de 40 técnicas de construção com argila, e estima-se que cerca de metade da população mundial vive em edifícios de argila, ainda que, a partir do século XIX, o cimento tenha ocupado o lugar de destaque na indústria da construção.
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No entanto, perante os desafios ambientais actuais, o interesse pela utilização dos materiais naturais na construção, nomeadamente a argila crua, foi reavivado. A argila está acessível em qualquer lado, tem um baixo consumo de energia associado à sua transformação e transporte, a sua extracção é pouco invasiva e é facilmente reciclada. Ademais, tem uma grande eficiência térmica e é naturalmente adaptável a diferentes tipologias e formas.
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O investimento da comunidade académica, artística e industrial no desenvolvimento de produtos em argila crua tem sido notável: as iniciativas dividem-se entre a re-interpretação de técnicas artesanais ancestrais e o desenvolvimento de novos materiais e tecnologias de produção.
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Mas, conhecem-se também as dificuldades e resistência na implementação destas iniciativas. Será a falta de regulamentação aplicável o maior entrave à produção com argila crua, nos países ocidentais?
Serão as limitações da própria matéria-prima - como a sensibilidade à acção da água e a fraca resistência sísmica - uma questão ultrapassável, através da investigação tecnológica em curso? Serão as soluções mistas, como o reforço estrutural ou a introdução estabilizantes químicos, uma possibilidade? Ou deverá preservar-se o carácter vernacular deste tipo de intervenções e considerar que, por exemplo em Portugal, a construção com argila crua não é autóctone e adequada ao clima e topografia de todas as regiões? Poderão as recentes iniciativas garantir os padrões de conforto e segurança do ocidente contemporâneo?
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Considerando a contemporaneidade e vantagens práticas da argila, será possível resumir a problemática da sua utilização, e aceitação por parte da comunidade produtora e consumidora (ou seja, todos nós) - no campo da arquitectura, das artes e do design -, a um problema de percepção? Ou, tal como Martin Rauch sugere, será 'apenas' uma questão económica?
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“Enquanto material que se encontra acessível em qualquer lugar, a terra nunca permitirá uma margem de lucro suficientemente elevada para originar uma mudança, através de novos serviços prestados pelas empresas de construção. No entanto, muitas universidades estão a manifestar interesse, decorrente de estudantes que participam em oficinas e adquirem entendimento e admiração por este material. No futuro, essas pessoas poderão propagar ainda mais o uso desse material no seu trabalho.” Estará nas universidades grande parte da responsabilidade de inclusão ou exclusão da argila no mercado de construção actual?
Transporte de autocarro disponível a partir do Campo de Santa Clara (em frente à sede da Trienal de Lisboa) Lugares limitados e sujeitos a inscrição prévia, através do e-mail building101.tal@gmail.com
Horário de Saída: 14h30
Horário de Chegada: 18h30
BARCO
Cais do Sodré para Cacilhas. Em Cacilhas, metro de superfície para
a Universidade, sair na estação do Pragal. Subir a pé 100m até
à Quinta de S. Miguel.
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Comboio
Estações de Entrecampos, Sete Rios ou Campolide em direcção
a Setúbal ou Cóina (Aprox. 15 em 15 min). Sair na Estação do Pragal. Subir a pé 100m até à Quinta de S. Miguel.
como
chegar