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Data/Hora

Sábado, 23 de Novembro 2019

15.00 às 17.30

 têxteis 

ORADORES

Glória Oliveira

Raul Fangueiro 

Kathi Stertzig

João Quintela

LOCAL

Escola Artística António Arroio

Rua Coronel Ferreira do Amaral

1900-165 - Lisboa 

Em 1860, Gottfried Semper afirma a origem têxtil da arquitectura, onde o princípio construtivo origina no tecer das primeiras vestes fabricadas pelo Homem.

Em proximidade imediata com o corpo, ou expandindo-se para dar lugar e espaço ao habitar do Homem, o têxtil perdurou e evoluiu na multiplicidade das significações que lhe foram atribuídas. Associado à expressão corporal e ao gesto, o uso do têxtil acompanhou a expressão arquitectónica, servindo a compartimentação fluída, e por vezes translúcida, de espaços interiores e traçando novos caminhos, associados às coberturas e fachadas tensionadas. Na ligação que estabelecem com a história da arte, os têxteis mantiveram-se com frequência nas margens, associados às limitações de género, frequentemente impostas no feminino. Incorporados nas fibras e nas suas composições, encontramos as inflexões e expansões do contexto sociocultural em que se concebem e produzem, resultando nas mais variadas materializações.

A Bauhaus representa um lugar fulcral no que veio a definir o papel do têxtil nas artes, no design e na sua relação com a arquitectura, refletindo, de forma continuada, uma aproximação progressiva à produção industrial. Essa aproximação à indústria intensificou-se particularmente em Dessau, onde critérios de eficiência económica e de aproximação a um mercado competitivo, conduziram o têxtil, enquanto arte e ofício, a uma transformação profunda.

Em meados do século XX, designers como Frei Otto, na Alemanha, começaram a otimizar estruturas de membranas e a sua aplicação em edifícios. A partir de formas e propriedades da natureza, os materiais e estruturas de Otto evocavam fibras tecidas, permitindo a filtragem da luz e transformando-se a partir de mudanças na atmosfera. 

A evolução desta tendência projetual, nos anos 60 e 70, foi sintomático da era da contracultura, que interpretou as características inflatable e bubble como um método experimental e politizado de construção de espaço, que contaminava o pensamento utópico desde o habitáculo à cidade. Mason Riddle questiona hoje o futuro sustentável dos têxteis e ilustra o lugar que assumiram já na paisagem: “(...) muitos arquitetos e designers concordam que as estruturas têxteis têm um papel importante a desempenhar na criação de um futuro ecológico. Estruturas têxteis - permanentes e temporárias, grandes e pequenas - surgem na paisagem internacional como cogumelos exóticos (e às vezes tão coloridos como eles) no chão da floresta.”

Fará ainda sentido invocar as qualidades perenes da arquitectura, e a sua firmitas, num contexto em permanente mutação? De que forma se fará a construção de uma arquitetura leve, mas resistente; integrada, mas propícia à metamorfose, no habitar de hoje e do futuro? Qual o papel dos ofícios e da manualidade do têxtil neste processo de construção colaborativo? De que forma se fará a aprendizagem deste ofício, tendo em conta a potencialidade ambiental que o mesmo adquiriu?

Em que lugares de aprendizagem e colaboração se poderão conjugar técnicas e saberes manuais e os desenvolvimentos afectos à indústria e sua produção? Que novas formas de habitar poderão estas potenciar?

METRO

Alameda, Olaias

Autocarro

730, 208, 720, 756, 793

como

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