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Data/Hora

Domingo, 27 de Outubro de 2019

15.00 às 17.30

 cor 

ORADORES

Ana Paula Jarego 

Egas José Vieira 

Pedro Calapez 

João Pernão 

LOCAL

Fábrica Viúva Lamego

Rua Thilo Krassman, 39, Zona Industrial da Abrunheira

2710-089 - Sintra 

Não existem cores sem luz. Indissociáveis não só das características físicas dos objectos mas, também, das características da luz que sobre eles incide, as cores são, como esta, voláteis e mutáveis. A percepção da cor resulta ainda de uma construção perceptivo-sensorial consequente da interpretação subjectiva de estímulos físicos, adquirindo, por isso, a capacidade de ir além do mero carácter visual e de se manifestar, subjectivamente, em associações, emoções e comportamentos. Nas palavras de Jean-Philippe Lenclos, “through its polysensoriality, colour is an impression and sensation, an immediate expression of a feeling. It is fragrance, music, touch, taste and memory all at the same time. It is also a journey, a story, humour and emotion when it becomes a decoration, animation, action, movement and rhythm.”

Enquanto luz, a cor é meio estruturante das formas e, por isso, também capaz de influir na escala e composição dos espaços, no carácter dos seus ambientes e na resposta emocional e comportamental de quem os habita: enquanto um espaço acromático pode induzir letargia, um espaço onde se registe um excesso de estímulos visuais cromáticos pode provocar desequilíbrios emocionais, fadiga ou desconcentração. Por outro lado, uma escolha cromática equilibrada terá a capacidade de induzir conforto e bem-estar. As cores têm uma energia particular e, por isso, nunca são ‘neutras’.

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As cores possuem, ainda, uma identidade cultural que advém, primeiramente, do facto de os materiais naturais e, por conseguinte, os territórios, possuírem características cromáticas próprias, que se irão, por sua vez, reflectir na paleta de cores do património construído.

Circunstância que Michael Lancaster define como “Colourscape” em livro com o mesmo nome, e a que Jean-Philippe Lenclos se refere como a “Geografia da Cor”. Ou pelo menos, assim era o era até à introdução e disseminação dos pigmentos e materiais sintéticos e consequente globalização da cor.

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A par desta espécie de aculturação, os intervenientes na produção e transformação do espaço parecem, também, raramente compreender a real extensão do impacto da cor na composição e percepção deste, a sua componente psicofisiológica ou a identidade simbólico-cultural que lhe pode ser atribuída, caindo em escolhas cromáticas muitas vezes irreflectidas e/ou impulsionadas por critério algum que não o meramente estético.

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Serão as recentes operações de regeneração de espaços e bairros degradados e marginalizados, através da cor ou da arte urbana, meras operações cosméticas ou exemplo do poder psico-terapêutico da cor? O que pretendem enaltecer ou esconder? O que pretendem induzir? Que mudanças imprime a cor na dimensão social destes espaços?

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Que metodologias e tecnologias podem assistir a uma integração considerada da cor na prática projectual? Que espaço ocupa a teoria e o estudo da cor no ensino e no projecto de arquitectura na contemporaneidade?

Transporte de autocarro disponível a partir do Campo de Santa Clara (em frente à sede da Trienal de Lisboa)

Lugares limitados e sujeitos a inscrição prévia, através do e-mail building101.tal@gmail.com

Horário de Saída: 14h30

Horário de Chegada: 18h30

como

chegar

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