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Em 2019, a Bauhaus celebra os 100 anos

da sua fundação. 

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“O objetivo final de todas as artes visuais é o edifício! Embelezar os edifícios já foi a mais nobre função das belas artes; elas eram os componentes indispensáveis da boa arquitetura. Hoje as artes existem isoladamente, do que só podem ser resgatadas através do esforço consciente e cooperativo de todos os artesãos. Arquitetos, pintores e escultores têm de reconhecer novamente e aprender a compreender o caráter composto de um edifício, enquanto entidade, ou através das suas componentes individuais. Só então poderá o seu trabalho ser imbuído do espírito arquitetónico que perdeu enquanto “arte de salão”.

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Walter Gropius, “Bauhaus Manifesto and Program” (1919) (Tradução Livre)

1919

BAUHAUS

2019

Em 1919, Walter Gropius apresenta o que se tornaria o caminho e programa da Bauhaus, durante os seus primeiros anos em Weimar. Como ponto de partida, Gropius define o edifício como o objetivo final de todas as artes, e os ofícios como competências essenciais daqueles que se tornam artesãos, artistas e arquitetos, estruturando um caminho claro para o modelo de educação artística que veio desenvolver. As oficinas foram assim definidas como os espaços centrais da educação artística, onde as competências e técnicas deveriam ser dominadas, através do contacto directo e do trabalho com os materiais e ferramentas adequados. Gropius acreditava que "a arte não pode ser ensinada", nem constitui uma "profissão", ao contrários dos ofícios, em que todos os aprendizes "seriam capazes de alcançar a excelência". Nas palavras de Gropius, "A Escola está a serviço das oficinas e será absorvida por elas".

A Bauhaus viria ainda a reunir e a disseminar, de forma global, o impulso criativo da Alemanha, iluminado por uma visão ampla e multidisciplinar do mundo, estruturada por Walter Gropius. ‘Contacto constante com os líderes do comércio e indústrias do país. O contacto com a vida pública, com as pessoas, através de exposições e outras atividades. ”A arte, portanto, constituiria uma das mais importantes dimensões da vida humana e passaria a defini-la, enquanto meio primordial de expressão individual e colectiva.

Em 2019, a Bauhaus celebra o primeiro centenário da sua fundação. A escola existiu ao longo de 14 anos, e ainda assim, os efeitos do trabalho ali desenvolvido tiveram repercussões que podem ser sentidas na actualidade. A experimentação era a base da aprendizagem, e a responsabilidade social da escola foi mantida como um dos seus principais objetivos, através da ideia fundamental de que a expressão artística deve ser compreensível e acessível a todos os cidadãos.

A Bauhaus representa, assim, uma ideia central: o valor da prática interdisciplinar e a dedicação profunda à procura de soluções e à experimentação em torno do que são as condições e possibilidades futuras da sociedade global.

A influência histórica da Bauhaus é incontornável, e a sua contemporaneidade permite-nos refletir sobre seus princípios e métodos, à luz de novos desafios tecnológicos, ecológicos e políticos. Qual é o papel das artes, dos ofícios e da arquitetura perante os desafios que hoje nos vemos confrontados? Qual é ou poderá ser o papel do ensino artístico na construção de um futuro em sociedade? De que maneira poderá a infraestrutura cultural e artística evoluir ou transformar-se, por forma a garantir que a arte permanece e se afirma, enquanto meio primordial de expressão individual e colectiva?

building 101

O programa Building 101 baseia-se num princípio muito específico: colocar o currículo de abertura da Bauhaus no centro da discussão, e pensar através dele, em vez de pensar sobre ele. A partir das sete Oficinas que definiram o programa inicial da escola, o programa Building 101 sugere sete Conversas em torno de sete Materiais distintos - Pedra, Madeira, Argila, Cor, Metal, Vidro e Têxteis - e interpreta estes sete Materiais como oportunidades de ampliar a discussão, trazendo-os, e aos espaços em que estes se trabalham, para a contemporaneidade. E se imaginássemos que esses círculos, que compõem o currículo inicial da Bauhaus podiam girar, mover-se, multiplicar-se e interligar-se, como uma composição que trabalha ativamente dentro do contexto contemporâneo?

E se, através dessa composição móvel de círculos, pudéssemos imaginar como o currículo da Bauhaus estabelece relações dentro de si mesmo, mas também com as pessoas direta e indiretamente influenciadas pela arquitetura, arte e ofícios?

A procura de um equilíbrio entre o currículo em si e as implicações que ele pode ter no contexto contemporâneo permite-nos examiná-lo a partir de uma miríade de perspectivas, e abordar a realidade a diferentes escalas.

Como uma composição móvel de elementos circulares, permite-nos celebrar e questionar o seu significado original e experimentar o seu potencial contemporâneo, desenvolvendo uma rede local de significados artísticos e, simultaneamente, questionando as suas fronteiras, permitindo que elementos imprevisíveis surjam, dando impulso a um vórtex que continuará a girar pelos próximos 100 anos.

EQUIPA

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JOANA

VARAJÃO

Joana Varajão formou-se na Escola de Arquitetura do Porto (M. Arch, F.A.U.P.) em 2013. De 2015 a 2018, colaborou como arquitecta no atelier Rebelo de Andrade, onde desenvolveu a primeira casa energia-zero em Portugal (Casa 3000), e foi co-editora da primeira monografia do atelier, "Rebelo de Andrade - A Natureza do Lugar". De 2014 a 2017, co-organizou o Battle of Ideas - Innternational Satelite, em Lisboa  e no Porto. Desde 2012, co-desenvolve programas editoriais e de pesquisa, como o RE-ACT Urban Festival, realizado no Porto.

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sara

neves

Sara Neves é Mestre em Arquitectura pela F.A.U.P. e, desde 2016, dirige o atelier de arquitetura S-E, com Filipe Estrela. Entre 2011 e 2012, estudou na FADEU, em Santiago do Chile, e colaborou com a fotógrafa e urbanista Justine Graham. Em 2013 foi co-editora da Revista Dédalo #10 e em 2014 foi copyeditor de Homeland - News from Portugal - representação oficial de Portugal na 14ª Bienal de Veneza. De 2014 a 2016 colaborou com Drishtee, com quem começou a desenvolver o projeto Gharaunda, que atualmente lidera.

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ariana marques da silva

Ariana Marques da Silva, arquitecta formada pela Faculdade de Arquitectura do Porto (M. Arch), colabora desde 2015 com Mário Martins Atelier, onde actualmente coordena projectos de habitação colectiva e de planeamento urbano. Desde 2012, mantém diversas colaborações que ora formal ora experimentalmente se debruçam sobre os processos da transformação do território na contemporaneidade, nomeadamente, enquanto co-editora da Revista Dédalo #10, o projecto Re-Act Urban Festival, realizado em 2013 no Porto. 

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Inês

farinha

Inês Farinha é licenciada em Design Industrial, pela Universidade da Beira Interior (2011-2015), e Mestre em Design de Estratégia, pela Universidade de Aveiro (2015-2017). Entre 2017 e 2019, colaborou com a agência Metacriações, onde desenvolveu projectos nas áreas do design gráfico, do branding empresarial e da produção de eventos. Trabalha actualmente como freelancer, em projectos de web design e marketing digital.

maria joão

barcelos

Maria João Barcelos é Mestre em Arquitectura pelo Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). Entre 2013 e 2014, estudou na Universidade de Florença e colaborou com o atelier de arquitectura Deferrari + Modesti. Entre 2014 e 2015 foi Coordenadora do Circuito Itinerante do festival de cinema Arquitecturas. Colabora como arquitecta no Atelier Rebelo de Andrade desde 2016, e foi co-editora da primeira monografia do atelier, "Rebelo de Andrade - A Natureza do Lugar”. Paralelamente é Directora Artística da revista de cinema Metropolis.

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